quinta-feira, 31 de outubro de 2019

Homo algoritmo vs Homo Deus



Homo algoritmo vs Homo Deus


o tempo quente e seco parece interminável
entrámos pelo outono dentro
e só a muito custo
o vento sul se está a mostrar:

chuva miudinha
espaçada e rala

o planeta Terra
rebela-se 
em várias dimensões

a inteligência do homem
continua a revelar-se insuficiente

e o homem começa a apelar
na opção de se substituir a Deus
ao poder incomensurável
do algoritmo

entrámos numa encruzilhada



a d´almeida nunes
outono 2019






quinta-feira, 24 de outubro de 2019

O patitas é um(o) poema




para um amigo especial
em tempo de memorar o patitas
(que só conheci pelos poemas de carlos lopes pires)


junto àquelas hortênsias
azuis
germinam espinafres
alinhados a rego

enquanto

sob o mesmo sol
o patitas
deixa saudades

em poemas
escritos com flores

a d´almeida nunes
23/24 out2019


sexta-feira, 18 de outubro de 2019

o que estou a fazer?




já vislumbro um novo dia
no fundo desta noite

o que estou a fazer
não é mais do que deixar passar os anos

não posso crer que é para isto
que estamos predestinados
para fingirmos que vivemos
sem sabermos o que é viver

talvez ocorram milagres
mas como seria 
se um dia ouvisse uma voz
que transportasse luz
e me dissesse 
que eu sou o ar e não eu?

e cá continuo
à espera dessa voz
que me diga como foi possível
eu ter deixado passar os anos

sem que ao mesmo tempo
me pergunte o que desejo 

a d´almeida nunes
18-10-2019


Onde estou eu?





já tenho setenta e dois anos
tantos quantos os ciclos solares
que me têm transformado
naquilo que sou

e que me têm transportado
até ao sítio onde estou

continuo
cada momento que passa
com mais dúvidas

o que sou eu?!
onde estou?!

a d´almeida nunes
18-10-2019




ps.: cá volto a este sítio. Afinal, entretanto, estive ausente desde 2012! ...
Tenho andado pelo meu blogue-guia (auxiliar de memória) DISPERSAMENTE

quinta-feira, 28 de março de 2019

enquanto o tempo voa

 ENQUANTO O TEMPO VOA 

  
ao ritmo dos pássaros 
ao sabor das ondas 
        [sob o olhar penetrante dos peixes 
no movimento imperceptível 
        [da Areia Branca da praia 
e na força incrível  
        [que advirá da fusão 
        [dos átomos da rocha 
 

extasiamo-nos 
até ao azul do horizonte 
com o que conseguimos 
ver 
 
quem seríamos nós 
se víssemos para além 
do que vemos¿! 
 

 
28mar19  
Areia Branca-Lourinhã 
(com o pensamento também na família Vasconcelos) 

 : 

a d`almeida nunes 

sexta-feira, 5 de outubro de 2018

a poesia é d´ouro

 (para o Carlos Pires e aqueles outros 4 amigos que nós sabemos) 

(comovido/emocionado com o poema-prenda evocativa do 5 de Outubro de 2018) 

  

  

a poesia é das coisas boas 

que o homem pode usar 

e com ela  

muito simplesmente 

oferecer uma rosa aos amigos 

  

em momentos de vida 

determinados ou não 

  

por isso mesmo 

ficamos-te muito gratos 

por esta tua prenda 

  

das melhores  

que se podem receber 

  

em qualquer altura 

  

oh mas esta data 

talvez por já a termos  

interiorizado como marcante 

é uma das que se nos gravam 

no coração 

  

e queremos que fique esculpida 

para todo o sempre 

numa daquelas pedrinhas 

que encontrámos 

no nosso caminho 

  

a guardámos religiosamente 

  

e a conseguimos dourar 

  


a d´Almeida Nunes 

(Por mim e pela Zaida 

1968-2018)

: 

a d`almeida nunes