segunda-feira, 29 de junho de 2020

hoje voltei a ver Deus (28-jun-2018)

(o algoritmo do FB lá terá a sua lógica para me lembrar que há 1 ano publiquei isto)

Hoje voltei a ver Deus
E ouvi-O também
No sítio do costume
No meu quintal

E dizemos coisas de cismar
Um ao outro
O vento na sua melodia intemporal
Acariciando o tempo

Estes momentos embora indefiníveis
São momentos infinitamente plenos
Duma melifluosidade muito para além

Daqueles em que as palavras
Se entrechocam umas com as outras
Incapazes de se ajustarem
De forma a que consigam transmitir
Aquilo que elas próprias
Não sabem definir
Mesmo que em cifras
Desdobrando-se nas suas sílabas
Tocando as suas próprias letras
Desconjuntadas ao sabor do vento
Que passa passa passa

O vento vento
O vento começa por levar as letras
E sem mais delongas
As sílabas
E as próprias palavras

Agora lá estão à vista
Naquele recanto do meu quintal
Duas papoilas espontâneas
No meio de outras coisas

E tudo isto só pode ser Deus

Impossível de descrever por palavras
talvez a Poesia o consiga
um dia

quinta-feira, 25 de junho de 2020

os pixels da nossa mente no universo




o SOL gira gira
oh sol sinto-me vivo
ao sentir o teu girar

que o teu olhar
se reflicta no nosso
e continuemos a girar

oh a girar e olhar
o futuro
com o fulgor da vida
plena
sem medo

desconfinadamente

milhões de pixels no universo
da nossa mente

ainda que saibamos
que não somos senão um
no universo